• 29/08/24
Assadura em bebês: o que causa, como tratar e prevenir?
A assadura em bebês é uma dermatite associada ao uso de fraldas, capaz de causar irritação e desconforto. Veja como tratar e prevenir o problema.
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Altamente transmissível e caracterizada pela coceira intensa, a sarna humana é uma infecção de pele causada por um tipo específico de ácaro. 1
Embora seja de risco moderado, o quadro é bastante desconfortável e pode lesionar bastante a pele. Sem falar que a condição pode desencadear infecções secundárias, provocadas por patógenos oportunistas. 1
Nesse post, vamos explicar as principais características e sintomas da sarna humana, como acontece a transmissão e qual o tratamento mais eficaz para lidar com a condição. Leia até o fim e confira um guia completo de dúvidas frequentes sobre a escabiose. 1
A sarna humana é uma infestação parasitária que infecciona a pele. É causada por ácaros da espécie Sarcoptes scabiei, os quais se alimentam do sangue do hospedeiro e usam o corpo para sobreviver e se proliferar. 1
A escabiose, como também é conhecida, ocorre quando a fêmea do ácaro pica a pele e cava pequenos túneis na epiderme, onde deposita seus ovos. Em três ou quatro dias, as larvas chocam, e os sintomas têm início. 1
Entre eles, a coceira intensa é a principal característica da doença, resultante da reação alérgica e resposta do sistema imune à presença do parasita no tecido cutâneo. 1
É importante diferenciar a sarna humana da que costuma atingir os animais. Isso porque a maioria dos parasitas que afeta cães e gatos, por exemplo, não provoca infecções nos seres humanos. Apenas o ácaro responsável pela escabiose pode afetar ambas as espécies de hospedeiros. 1
Ainda nesse contexto, é válido apontar que a transmissão de uma pessoa para outra é bem mais comum do que por meio de animais de estimação. 1
Os sintomas mais comuns da sarna humana são: coceira intensa, principalmente no período noturno, formação de pústulas e erupções cutâneas com pus, inchaço, vermelhidão e aparecimento de pequenas linhas protuberantes sobre a pele. 1
Qualquer parte do corpo pode ser afetada pela infestação, incluindo seios e áreas próximas aos genitais. Nos adultos, o rosto costuma ser a única exceção. Em contrapartida, os dedos, pulsos, parte interna dos cotovelos, axilas, coxas e nádegas são regiões bastante afetadas. 1
Entre as crianças, até mesmo as palmas das mãos, solas dos pés, orelhas e couro cabeludo podem ser atingidos. 1
A coceira é o principal sintoma da sarna humana, pois costuma provocar a maior parte do incômodo no quadro de infecção parasitária. O prurido é intenso e, muitas vezes, insuportável, fazendo com que a pessoa coce vigorosamente a pele. 1
O problema é que essa atitude danifica a epiderme e pode aumentar a extensão das lesões. Assim, há um risco elevado de a pessoa desenvolver infecções secundárias, causadas por bactérias que habitam a superfície da pele e se aproveitam da ruptura para invadir as células subcutâneas. 1
As feridas podem ficar inchadas e formar caroços de escabiose por todo o corpo, mas é fato que áreas de pele mais fina, como entre os dedos, os nódulos se tornam mais proeminentes. 1
A infecção pode evoluir com a formação de pústulas, bolhas de pus, e erupções cutâneas nas regiões mais atingidas e que foram friccionadas na tentativa de aliviar o prurido. Com aparência amarelada, a secreção no interior das bolhas contém anticorpos, microrganismos e células mortas. 1
Naturalmente, esses eczemas podem se romper, principalmente pela ação do parasita, fazendo a secreção escorrer. O risco nesse caso fica ainda maior, pois a camada interna da pele está exposta e extremamente vulnerável. 1
Por outro lado, em infecções de menor intensidade, as erupções se assemelham a picadas de pernilongos, com vermelhidão e inchaço em uma ferida arredondada. 2
Quando a infestação é mais severa e atinge pessoas com o sistema imunológico comprometido, como indivíduos com HIV, pode ocorrer a chamada “sarna crostosa” ou “norueguesa”, que resulta na descamação e formação de crostas sobre as feridas deixadas pelos parasitas. 2
Nesses quadros, as feridas são mais dolorosas e o risco de infecção secundária é ainda maior, exigindo cuidados especiais para prevenção de complicações. 2
Os ácaros são parasitas que comumente provocam reações alérgicas, com inflamações generalizadas. Esse sintoma também está presente na sarna humana, caracterizado como pequenas placas enrijecidas pelo inchaço na pele. 1
Esses túneis microscópicos são as covas dos ácaros jovens, que, ao eclodirem, picam a camada subcutânea para se alimentar do sangue do hospedeiro. Depois que a fêmea deposita os ovos, as larvas levam de três a quatro dias para eclodir. 1
Então, os parasitas jovens começam a aproveitar o hospedeiro para se alimentar, consumindo o sangue da pessoa, provocando a formação dessas ligeiras protuberâncias em formato tubular, que podem ter apenas um centímetro de comprimento. 1
Vale mencionar que o médico costuma observar a aparência da pele e procurar por esses túneis para diagnosticar a sarna humana, avaliando a extensão do quadro e, assim, iniciando o tratamento mais adequado. 1
Conforme mencionado, os locais afetados pela sarna humana variam ligeiramente de uma pessoa para outra. De modo geral, as áreas mais atingidas são 1:
Entre os adultos, qualquer parte do corpo, com exceção do rosto, pode ser afetada, mas as que foram citadas são as mais comuns. Entre as crianças, a lista é maior. Além de incluir as regiões já apontadas, os pequenos também podem apresentar sintomas de sarna nas palmas das mãos, solas dos pés, orelhas, face e couro cabeludo. 1
Para os idosos, a coceira é o sintoma predominante, mas os efeitos da infestação podem não ser visíveis na pele, o que costuma atrapalhar o diagnóstico. 1
A principal forma de transmissão da sarna humana ocorre pelo contato direto com pessoas atingidas pela infestação, bem como pelo compartilhamento de objetos, móveis e ambientes. O contato indireto é o fator que mais contribui para a escabiose alastrar rapidamente, principalmente entre indivíduos que moram ou frequentam diariamente os mesmos locais. 2
É relevante apontar que os ácaros sobrevivem por até dois meses no organismo hospedeiro. Porém, dispersos no ambiente, morrem em até 72 horas, ou caso sejam expostos a temperaturas de pelo menos 50ºC por cerca de 10 minutos. 2
A maneira mais usual de transmissão da sarna humana ocorre pelo contato direto e prolongado com uma pessoa que está com o parasita no corpo, quando há interação de pele com pele. 2
Não por acaso, a proliferação do parasita é bastante comum entre parceiros sexuais, sendo a forma mais comum entre adultos. Os pais também podem passar o parasita aos filhos. 2
O contato indireto também é uma forma comum de transmissão do parasita, em especial ao compartilhar roupas, toalhas de banho, roupas de cama, travesseiros e outros itens similares.
No caso da sarna crostosa, a proliferação indireta é facilitada, pois o quadro envolve uma hiperinfestação de ácaros, com mais indivíduos espalhados no ambiente. 2
A transmissão da sarna humana entre os moradores de uma mesma residência não é a única situação que pode favorecer a propagação do parasita. 2
Em creches, asilos, prisões e locais de grande concentração de pessoas, os ácaros encontram condições ideais para se proliferar. É bem similar às infestações por piolhos entre crianças no início da fase escolar. Quando uma pega, logo outra também adquire o parasita. 2
Ao observar o quadro de coceira e pústulas, o médico pode usar lentes ou raspar as covas visíveis para fechar o diagnóstico e confirmar a presença do parasita. Nesse caso, o tratamento pode ser iniciado, de acordo com o perfil do paciente e os sintomas. 1
Na maioria dos casos, cremes e loções de uso tópico aliviam a coceira e eliminam o ácaro. Em outros, também é introduzida a ivermectina, medicamento oral antiparasitário. 1
A aplicação de cremes de permetrina ou loções de lindano pode ser usada para tratar a sarna em adultos e crianças maiores, espalhando a medicação pelo corpo todo, do pescoço para baixo. O fármaco deve agir por um período de 8 a 14 horas, sendo lavado em seguida. No geral, esse tratamento deve ser repetido diariamente por pelo menos uma semana. 1
Para bebês e crianças pequenas, a permetrina pode ser utilizada, porém, o fármaco não pode ser espalhado por toda a pele. Além disso, é preciso ficar atento e evitar que os pequenos levem o creme até a boca. 1
O medicamento oral mais utilizado para infestação de sarna humana é a ivermectina, remédio antiparasitas que também é indicado para quadros de piolhos, ascaridíase e filaríase linfática. Os comprimidos são administrados em duas doses, com intervalo de uma semana entre elas. 1
É uma alternativa para quem não pode aplicar tratamentos tópicos ou apresenta um sistema imunológico debilitado e precisa de medicação de suporte. 1
O tratamento da sarna humana, apresentado até aqui, já é capaz de eliminar os parasitas. No entanto, a coceira e as erupções na pele podem continuar incomodando por até três semanas, por conta da reação alérgica associada ao ácaro responsável pela escabiose. 1
Para aliviar o desconforto, o médico pode recomendar o uso de loções com ação corticoide leve, bem como antialérgicos tomados por via oral. Esses fármacos diminuem a sensação de coceira, irritação e vermelhidão na pele. 1
No caso da infecção provocar lesões profundas, com risco de infecção bacteriana secundária, o uso de antibióticos também é proposto. Nesse caso, são utilizados comprimidos via oral ou pomadas de uso tópico, como Nebacetin. 3
Combinando a ação de neomicina e bacitracina zíncica, Nebacetin é uma medicação indicada para prevenir a proliferação de bactérias em feridas, queimaduras e outros machucados que atingem a pele ou as mucosas. 3
Para saber se deve usar Nebacetin após uma infestação por sarna humana, consulte o seu médico. 3
A desinfecção do ambiente é outra etapa de extrema importância para acabar com a escabiose, principalmente quando o núcleo familiar possui vários membros. 1
A limpeza doméstica precisa ser feita com bastante cuidado. Isso porque dificilmente o parasita fica no chão ou nas paredes, mesmo assim, vale a pena usar um bom desinfetante e ser bem detalhista na hora de aplicá-lo. 1
Atenção: não use venenos sem recomendação profissional, sem equipamentos adequados ou ignorando o rótulo do produto. Essa prática pode causar alto risco de intoxicação e envenenamento em pessoas e animais que compartilham o espaço. 1
As vestes, roupas de cama e toalhas usadas antes e durante o pico da infestação devem ser lavados com água quente e secados ao sol. Quando não for possível tomar essas precauções, é recomendado colocá-las em um saco plástico, mantendo-o bem fechado por pelo menos três dias. 1
Em geral, quando uma pessoa da casa aparece com sintomas de sarna humana, as outras também devem são tratadas por precaução, para evitar que o parasita se prolifere. Essa medida ajuda a evitar que o quadro infeccioso se instaure. 1
No entanto, a automedicação é desaconselhada. A ingestão preventiva de medicamentos, como a ivermectina, deve ser orientada pelo médico com base no perfil do paciente e pessoas ao redor. 1
Agora que já conferiu um guia completo sobre a sarna humana, vamos responder às dúvidas mais frequentes a respeito da escabiose, agentes causadores da infestação e possíveis tratamentos para a condição. 1
A sarna humana pode causar sintomas por mais de três semanas, mesmo que o ácaro tenha sido eliminado em poucos dias. A infecção de pele está associada a reações alérgicas do organismo, fazendo com que a coceira e irritação continuem ativas, apesar do parasita já estar morto. 1
Além disso, é importante destacar que podem ocorrer infecções secundárias à doença, principalmente causadas por bactérias oportunistas que se aproveitam das lesões e erupções para invadir as células do tecido epitelial. 1
Nesse caso, o quadro pode se prolongar, principalmente quando demora a ser percebido e não recebe tratamento adequado logo no seu início. 1
Lembrando que o uso de antibióticos, indicado para infecções bacterianas, não tem efeito direto contra infestações parasitárias. Da mesma forma, remédios que combatem ácaros e outros parasitas não servem para eliminar vírus, bactérias e fungos. 2
Para curar a doença e aliviar os sintomas corretamente, em todos esses casos, é essencial obter orientação médica e seguir o tratamento adequado. Cada fármaco tem sua função específica, que precisa ser respeitada. 2
A sarna de cães pode contaminar seres humanos. No entanto, é importante destacar que os animais de estimação podem desenvolver a condição dermatológica pelo contato com diversos tipos de parasitas. 1
Enquanto isso, a escabiose que atinge os humanos é provocada apenas pelo ácaro Sarcoptes scabiei. Assim, o risco de pegar sarna do cachorro não acomete todos os quadros de infestação em animais. 1
Mesmo assim, para reduzir as chances de propagação dos parasitas, para si mesmo ou outros pets, na hora de lidar com o animal contaminado, seja para os cuidados de rotina ou aplicação de medicamentos, é essencial usar luvas e proteção adequada. 1
Não há estudo que comprove que o vinagre previna a sarna humana, nem mesmo para eliminar o parasita no ambiente. Muitas pessoas acreditam que esse produto ajude a aliviar a coceira e a matar microrganismos variados. Porém, não há comprovação desses efeitos. 1
Em geral, a sarna humana pode ser confundida com outras doenças que causam coceira, irritação e erupções na pele, conhecidas como eczemas. Para distinguir os quadros, é recomendado prestar mais atenção aos sintomas e como eles evoluem no ambiente doméstico. 1
Na infestação por sarna, diferentemente de reações alérgicas e dermatites comuns, o parasita é rapidamente transmitido para todos que frequentam o local. Dessa forma, se uma pessoa da família começa a se coçar e logo outra sofre com sintomas similares, há um forte indício de escabiose. 1
Outro ponto a ser considerado é o local da coceira. Eczemas atingem principalmente os braços e pernas, enquanto a sarna pode irritar locais mais incomuns, como nádegas, axilas, genitais, seios e espaços entre os dedos. 1
Os túneis cavados pelo parasita também ajudam a identificar a sarna. Nesse caso, você deve procurar por pequenos traços avermelhados sob a pele, indicando a localização de covas onde a fêmea do ácaro depositou suas larvas. 1
Segundo a OMS, a sarna humana pode causar 300 milhões de infestações por ano. A incidência do quadro é considerada alta. Além disso, ao contrário de doenças como a dengue, que são mais comuns em áreas sem saneamento básico e países de clima tropical, a escabiose ocorre no mundo inteiro, sem distinção. 1
Por esse motivo, é essencial ficar atento aos sintomas e tomar medidas para eliminar o parasita, aliviar o desconforto e evitar que outras pessoas sejam atingidas. 1
O maior risco de complicações em quadros de sarna humana envolve as infecções bacterianas, que aproveitam a vulnerabilidade e a lesão da pele para se instaurar no organismo. Nesses casos, o uso de antibióticos pode ser necessário. 1
De qualquer modo, é importante ressaltar que a automedicação e o uso de venenos contra parasitas são medidas extremas que não devem ser conduzidas sem orientação ou necessidade clara. 1
Isso porque caso sejam empregadas de forma inadequada, há mais risco de fazerem mal para a saúde do que solucionar a infestação. 1
Por fim, devemos sempre considerar o potencial de reinfestação de vestes, roupas de cama, toalhas e outros itens que podem acomodar o parasita. A precaução mais relevante para interromper a proliferação da sarna é juntar todas as peças que possam ter sido contaminadas e lavá-las com água quente. 1
Quando esse cuidado não é possível, você pode usar sacos plásticos para guardar os itens e mantê-los isolados por pelo menos três dias. Esse é o período máximo em que o parasita consegue sobreviver sem um hospedeiro. 1
Assim, vamos finalizar esse guia completo sobre a sarna humana. Esperamos ter respondido suas perguntas sobre o assunto e mostrado como funciona o tratamento e a prevenção desse tipo de infestação. Até a próxima!